domingo, 20 de abril de 2008

Organigraph

Quando se quer representar uma organização, geralmente se faz uso de organogramas, os quais, na prática, se tornaram irrelevantes no mundo atual (Mintzberg e Heyden, 1999), pois mostram, principalmente, a relação de poder, não conseguindo representar a dinâmica de funcionamento da organização. Em função disso, Mintzberg e Heyden (1999) experimentaram novas formas de desenhar e ver as organizações, resultando numa proposta que eles denominaram organigraph, o que pode ser desconcertante no primeiro instante para quem está habituado com a elaboração de organogramas, pois não há regras rígidas, nem um organigraph que possa ser considerado certo, como ocorre com os organogramas. Segundo Mintzberg e Heyden (1999, p. 90, grifo nosso), "para desenhar um organigraph você deve aceitar o fato de que ele mostra mais relacionamentos e processos do que nomes e títulos" dos organogramas. Um organigraph requer gerentes para criar alguma coisa que envolva imaginação e uma mente aberta, deixando o lado imagem de um organograma para um lado mapa que dá uma visão do território da organização (Mintzberg e Heyden, 1999).

O termo organigraph mistura as palavras organograma e gráfico e não elimina os organogramas e seus componentes, como caixas contendo a indicação do poder e setas com o relacionamento entre as caixas, mas introduz novos componentes que procuram refletir as várias maneiras como as pessoas se organizam atualmente no trabalho. Estes novos componentes são denominados ponto central (hub em inglês) e rede (web em inglês), conforme descreve a Figura 1.


Para estes autores, os novos componentes – ponto central (hub) e rede (web) – podem ser definidos da seguinte forma:

Um hub serve como um centro de coordenação. É qualquer ponto físico ou conceitual para o qual pessoas, coisas e informações se movem.

Webs são conexões sem um centro: elas permitem comunicação aberta e movimentação contínua de pessoas e idéias (Mintzberg e Heyden, 1999, p. 5).

O ponto central pode ser um prédio, uma máquina. Um gerente pode ser um ponto central. Além disso, uma competência essencial (core competence, conforme Prahalad e Hamel (1990)) pode ser um ponto central, como por exemplo, a ótica na Canon ou a aderência na 3M (Mintzberg e Heyden, 1999). Inserir esse componente no organigraph da organização indica que todas as atividades estão relacionadas a ele (Mintzberg e Heyden, 1999).

O ponto central (hub), que não tem uma representação gráfica específica, retrata o movimento para e de em um ponto de conexão, mas, muitas vezes, conexões são mais complicadas do que isto. Entra, então, a rede, a qual também não tem uma representação gráfica específica.

Nós somos freqüentemente lembrados de que vivemos em rede e os diferentes nós podem ser pessoas, times, computadores ou qualquer coisa mais, conectados em todos os tipos de possibilidades.

De acordo com Mintzberg e Heyden (1999), enquanto em um ponto central, os gerentes atraem e coordenam as atividades, na rede, os gerentes ligam e dão energia. Além de simplesmente introduzir novos componentes, Mintzberg e Heyden (1999) sugerem que o novo vocabulário dos organigraphs pode expandir, como vemos, as organizações, pode mesmo expandir nosso pensamento sobre a direção estratégica.

Nonaka e Takeuchi (1997) também idealizaram uma estrutura que permite identificar a base de conhecimento, a qual denominaram de estrutura hipertexto. Esta estrutura combina três contextos distintos – sistema de negócio, equipes de projeto e base de conhecimento. O contexto de sistema de negócio evidencia a estrutura funcional tradicional, voltada para as atividades de rotina. As equipes de projeto são estruturas temporárias dedicadas exclusivamente a um projeto, até a sua conclusão, as pessoas que compõem estas equipes são oriundas do contexto do sistema de negócio. Finalmente, o contexto da base de conhecimento é uma representação simbólica, que não existe como estrutura organizacional, mas evidencia a criação do conhecimento.

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do mesmo texto do post anterior, aka Gestão & Produção. Uma leve inclusão no mundo do design organizacional só tem a trazer benefícios seja qual for o bacharelado. Ademais, este Organigraph é mais em conceituar influências, relacioinamentos e processos do que hierarquias, e numa face gerencial é importante saber fazer a organização e seu desenho fluirem a melhorar os recursos.

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