sábado, 31 de maio de 2008

Mutações


O tarot é um sistema de mutações na evolução de qualquer assunto, com 22 passos determinados e temporalmente evolucionistas. É um sistema muito bonito, que um dia reestudarei para postar aqui no blog. Tenho também vontade de falar sobre o I Ching, que é um livro o qual também fala de mutações, as clássicas mutações da filosofia Taoísta.

No tarot existem também os arcanos menores, porém foram os maiores que estudei e posso falar mais um pouco. E, diz a lenda, quem entende dos astros não mais será influenciado pela roda da fortuna e terá saído dos ciclos da reencarnação. O que por si só já vale o estudo.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Sobre o dinheiro

"Quando chover sopa, o prato de John estará virado para cima para recebê-la."

Lucy Rockefeller, mulher de John Rockefeller

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Emotologia

Eu tinha colocado aqui um artigo mas a escolha não poderia ter sido pior. O artigo é chato e fez falta uma maior abrangência sobre o tema, apesar de ter sido feito pelo autor desse neologismo.

Emotologia então é o estudo dos comportamentos a partir de um mecanismo do chamado sistema límbico, o SAPE, Sistema de Autopreservação e Preservação da Espécie, que foi a razão de eu ter chamado a atenção para o assunto.

Há um site, que mais parece instituto de auto-ajuda, embora a teoria seja interessante: http://www.cidadedocerebro.com.br

Foi apresentada a teoria em Estocolmo, desenvolvida pelo Dr. Luiz Machado e tem a idéia de ser o cérebro do cérebro, baseado em uma pesquisa acerca do papel do sistema límbico no comportamento do ser humano. São nomes estranhos que foram congregados na sigla SAPE, com uma ótica evolucionista.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Monty Python and the Holy Grail

I Am University


The I AM University Banner represents the synthesis and unity of all major religions, philosophies and schools of thought on Earth, including all the Sons and Daughters of God not of Earth.

From left to right: Commander Ashtar (representing all Spirit-attuned Extraterrestrial Races), Isis (representing the Egyptian as well as all ancient schools of thought), Kuthumi/Pythagoras (representing all the philosophies of life), Krishna (representing Hinduism), Sai Baba (representing all religions), Buddha (representing the masculine energy of Buddhism), Melchizedek (Universal Logos - responsible for the evolution of our entire Melchizedek Universe), YHWH (Yod Hay Wod Hay - Jewish Name for God/Judaism), OM symbol (Hindu Name for God), ALI (New Age Name for Allah/Islam), Jesus/Sananda and Mother Mary (representing the masculine and feminine energy in Christianity), Babaji (representing Hinduism and the eternity of life), Saint Germain/Mahachohan (representing the Ascended Masters and transcendence & unity of all religions), Djwhal Khul (representing Taoism), Kuan Yin (representing the Goddess energy of Buddhism), Mother Earth at the bottom (representing the Feminine Face of God) and the stars & planets at the top (representing the Infinity of the Divine).

The I AM University Banner has established itself as a permanent stage fixture for all annual Wesak Celebrations. Copyright I AM University.

Artist: Bill Foss

http://www.iamuniversity.ch

Niemeyer

Religiões pelo Mundo

1. TAOÍSMO - Merda acontece.
2. BUDISMO - Se merda acontece, não é realmente merda.
3. ISLAMISMO - Se merda acontece, é o desejo de Allah.
4. PROTESTANTISMO - Merda acontece porque você não trabalhou duro o suficiente.
5. JUDAÍSMO - Por que essa merda acontece sempre com a gente ?
6. HINDUÍSMO - Essa merda aconteceu antes.
7. CATOLICISMO - Merda acontece porque você é mau.
8. HARE KRISHNA - Merda ? Hare hama, hare hare ...
9. ATEÍSMO - Merda não existe.
10. TESTEMUNHAS DE JEOVÁ - Merda acontece, Aleluia !
11. HEDONISMO - Nada como uma boa merda acontecendo !
12. CIÊNCIA CRISTÃ - Merda acontece na sua mente.
13. AGNOSTICISMO - Merda talvez aconteça, talvez não.
14. EXISTENCIALISMO - O que é merda, afinal ?
16. CETICISMO - Eu não acredito nesta merda.
17. ESTOICISMO - Merda não me incomoda.
18. RASTAFARIANISMO- Vamos fumar essa merda !
19. KABBALAH - Por trás da merda está a Luz !

terça-feira, 27 de maio de 2008

Profeta

"A vida cotidiana é nosso templo e nossa religião."

Kahlil Gibran

Poesia

"Eu aceito o Universo!"

Margareth Fuller

ps. não sei se é parente do Buck Fuller, mas participou da galera de Concórdia, com Thoreau, Emerson e os outros trancedentalistas.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Man from Earth


CSO

High performers know that a robust organization design is a key competitive asset. This begins at the top, with the creation of a senior leadership team that can quickly realize the benefits of strategy. For more and more companies, this team includes a new role—the chief strategy officer—for just such a purpose.

em The Rise of the Chief Strategy Officer, artigo feito pela Accenture.

domingo, 25 de maio de 2008

O Tao da Física

Novo livro, que pelo começo vai ser um dos mais esclarecedores fechando uma bela jornada. Firtjof Capra hoje dirige o instituto de eco-educação de Berkeley, na Califórnia, é Phd em física e teórico dos sistemas em rede. O livro promete.

...

"As raízes da Física, como de toda ciência ocidental, podem ser encontradas no período inicial da filosofia grega do século VI a.C., numa cultura onde a ciência, a filosofia e a religião não se encontravam separadas. Os sábios da escola de Mileto, em Iônia, não se preocupavam com essas distinções. Seu objetivo girava em torno da descoberta da natureza essencial opu da constituição real das coisas, a que denominavam physis. O termo Física deriva dessa palavra grega e significava, originalmente, a tentativa de ver a natureza essencial de todas as coisas.

Este, naturalmente, é também o objetivo central de todos os místicos, e a filosofia da escola de Mileto possuía feições nitidamente místicas. Os adeptos dessa escola eram chamados hilosoístas, ou seja, "aqueles que pensam que a matéria é viva". Essa denominação, estabelecida pelos gregos dos séculos subsequentes, derivava do fato de que esses sábios não viam distinção alguma entre o animado e o inanimado, entre o espírito e a matéria. De fato, eles não possuíam sequer uma palavra para designar a matéria na medida em que consideravam todas as formas de existência como manifestações da physis, dotadas de vida e espiritualidade. Assim, Tales declarava que todas as coisas estavam cheias de deuses e Anaximandro encarava o universo como uma espécie de organismo mantido pelo pneuma, a respiração cósmica, à semelhança do ser humano mantido pelo ar."

Fritjof Capra em O Tao da Física

...

Sublime.

Os 12 Macacos

Deleuze-se

Não basta ter um mundo para ser um animal. O que me fascina completamente são as questões de território e acho que Félix e eu criamos um conceito que se pode dizer que é filosófico, com a idéia de território. Os animais de território, há animais sem território, mas os animais de território são prodigiosos, porque constituir um território, para mim, é quase o nascimento da arte. Quando vemos como um animal marca seu território, todo mundo sabe, todo mundo invoca sempre... as histórias de glândulas anais, de urina, com as quais eles marcam as fronteiras de seu território. O que intervém na marcação é, também, uma série de posturas, por exemplo, se abaixar, se levantar. Uma série de cores, os macacos, por exemplo, as cores das nádegas dos macacos, que eles manifestam na fronteira do território... Cor, canto, postura, são as três determinações da arte, quero dizer, a cor, as linhas, as posturas animais são, às vezes, verdadeiras linhas. Cor, linha, canto. É a arte em estado puro. E, então, eu me digo, quando eles saem de seu território ou quando voltam para ele, seu comportamento... O território é o domínio do ter. É curioso que seja no ter, isto é, minhas propriedades, minhas propriedades à maneira de Beckett ou de Michaux. O território são as propriedades do animal, e sair do território é se aventurar. Há bichos que reconhecem seu cônjuge, o reconhecem no território, mas não fora dele. É uma maravilha. Não sei mais que pássaro, tem de acreditar em mim. E então, com Félix, saio do animal, coloco, de imediato, um problema filosófico, porque... misturamos um pouco de tudo no abecedário. Digo para mim, criticam os filósofos por criarem palavras bárbaras, mas eu, ponha-se no meu lugar, por determinadas razões, faço questão de refletir sobre essa noção de território. E o território só vale em relação a um movimento através do qual se sai dele. É preciso reunir isso. Preciso de uma palavra, aparentemente bárbara. Então, Félix e eu construímos um conceito de que gosto muito, o de desterritorialização. Sobre isso nos dizem: é uma palavra dura, e o que quer dizer, qual a necessidade disso? Aqui, um conceito filosófico só pode ser designado por uma palavra que ainda não existe. Mesmo se se descobre, depois, um equivalente em outras línguas. Por exemplo, depois percebi que em Melville, sempre aparecia a palavra: outlandish, e outlandish, pronuncio mal, você corrige, outlandish é, exatamente, o desterritorializado. Palavra por palavra. Penso que, para a filosofia, antes de voltar aos animais, para a filosofia é surpreendente. Precisamos, às vezes, inventar uma palavra bárbara para dar conta de uma noção com pretensão nova. A noção com pretensão nova é que não há território sem um vetor de saída do território e não há saída do território, ou seja, desterritorialização, sem, ao mesmo tempo, um esforço para se reterritorializar em outra parte. Tudo isso acontece nos animais. É isso que me fascina, todo o domínio dos signos. Os animais emitem signos, não param de emitir signos, produzem signos no duplo sentido: reagem a signos, por exemplo, uma aranha: tudo o que toca sua tela, ela reage a qualquer coisa, ela reage a signos. E eles produzem signos, por exemplo, os famosos signos... Isso é um signo de lobo? É um lobo ou outra coisa? Admiro muito quem sabe reconhecer, como os verdadeiros caçadores, não os de sociedades de caça, mas os que sabem reconhecer o animal que passou por ali, aí eles são animais, têm, com o animal, uma relação animal. É isso ter uma relação animal com o animal. É formidável.

de uma entrevista sobre o abecedário de Gilles Deleuze, falando sobre o A, de animal. Em O Estrangeiro.

Mais Gilles Deleuze em
http://www.webdeleuze.com/
http://www.dossie_deleuze.blogger.com.br/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gilles_Deleuze

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Avril Lavigne

Nobody Home - Avril Lavigne

O Inesperado

"Think about the "secret recipe" to making a killing in the restaurant business. If it were known and obvious then someone next door would have already come up with the idea and it would have become generic. The next killing in the restaurant industry needs to be an idea that is not easily conceived of by the current population of restaurateurs. It has to be at some distance from expectations. The more unexpected the success of such a venture, the smaller the number of competitors, and the more successful the entrepreneur who implements the idea. The same applies to the shoe and the book businesses-or any kind of entrepreneurship. The same applies to scientific theories-nobody has interest in listening to trivialities. The payoff of a human venture is, in general, inversely proportional to what it is expected to be.

This is a book about uncertainty; to this author, the rare event equals uncertainty. This may seem like a strong statement-that we need to principally study the rare and extreme events in order to figure out common ones-but I will make myself clear as follows. There are two possible ways to approach phenomena. The first is to rule out the extraordinary and focus on the "normal." The examiner leaves aside "outliers" and studies ordinary cases. The second approach is to consider that in order to understand a phenomenon, one needs to first consider the extremes-particularly if, like the Black Swan, they carry an extraordinary cumulative effect.

I don't particularly care about the usual. If you want to get an idea of a friend's temperament, ethics, and personal elegance, you need to look at him under the tests of severe circumstances, not under the regular rosy glow of daily life. Can you assess the danger a criminal poses by examining only what he does on an ordinary day? Can we understand health without considering wild diseases and epidemics? Indeed the normal is often irrelevant. Almost everything in social life is produced by rare but consequential shocks and jumps; all the while almost everything studied about social life focuses on the "normal," particularly with "bell curve" methods of inference that tell you close to nothing. Why? Because the bell curve ignores large deviations, cannot handle them, yet makes us confident that we have tamed uncertainty. Its nickname in this book is GIF, Great Intellectual Fraud..."

The Black Swan - livro por Nassim Nicholas Taleb

quinta-feira, 22 de maio de 2008

O bom filho à casa torna

Depois de 9 longos anos vagando sem encontrar algo que casasse com minhas expectativas, volto ao primeiro caminho que encontrei quando entrei na universidade, o Marketing. Embora pareça um pouco tarde, aprenderei o ofício e conjugarei arquitetura, sociologia, design e administração nesse belo conceito que é em si a primazia do management: a mercantilização.

Resta agora é estudar olimpicamente.

Zazen

O objetivo do zazen é simplesmente parar para prestar atenção aos processos do pensamento, suas associações e caminhos. Enquanto a meditação é transitiva direta, o zazen é intransitivo, o que lhe dá um tempero todo especial porque mesmo um objeto já não é passivel de fim explicativo no zazen. Seria a pura epistemologia, porém a intransitividade faz com que qualquer definição seja irrelevante.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Livro

Depois de ter acabado o Zen e a Arte de Manutencao de motocicletas, me delicio cada vez mais com O Gene Egoista, do Dawkings, livro de divulgacao sobre genetica com o prisma evolucionista neodarwiniano. O livro foi escrito em 1976, antes de eu ter nascido, mas bem que poderia ter sido escrito hoje, tamanha atualidade e perspicacia do autor, tendo sido considerado o maior livro de divulgacao cientifica ja escrito. Tendo em vista suas quase 600 paginas, o titulo vale por 2.

E um grande livro com grandes ideias. Ele diz na apresentacao que o livro quase se chamou O Gene Imortal, pra se ter uma ideia. E uma excelente leitura.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

A Loteria da Babilônia, de Borges

Um conto do mestre Jorge Luis Borges, argentino que revoluciona com sua mente brilhante e suposições historicamente pontuadas de conjecturas magicamente intuídas. É gnóstico. O texto está abaixo e foi retirado do Projeto Releituras, site com textos de grandes autores e cujo link se encontra no final do post.

Vamos ao texto:

...

Como todos os homens da Babilônia, fui pro-cônsul; como todos, escravo; também conheci a onipotência, o opróbrio, os cárceres. Olhem: à minha mão direita falta-lhe o indicador. Olhem: por este rasgão da capa vê-se no meu estômago uma tatuagem vermelha: é o segundo símbolo, Beth. Esta letra, nas noites de lua cheia, confere-me poder sobre os homens cuja marca é Ghimel, mas sujeita-me aos de Alep, que nas noites sem lua devem obediência aos de Ghimel. No crepúsculo do amanhecer, num sótão, jugulei ante uma pedra negra touros sagrados. Durante um ano da Lua, fui declarado invisível: gritava e não me respondiam, roubava o pão e não me decapitavam. Conheci o que ignoram os gregos: a incerteza. Numa câmara de bronze, diante do lenço silencioso do estrangulador, a esperança foi-me fiel; no rio dos deleites, o pânico. Heraclides Pôntico conta com admiração que Pitágoras se lembrava de ter sido Pirro e antes Euforbo e antes ainda um outro mortal; para recordar vicissitudes análogas não preciso recorrer à morte, nem mesmo à impostura.
Devo essa variedade quase atroz a uma instituição que outras repúblicas desconhecem ou que nelas trabalha de forma imperfeita e secreta: a loteria. Não indaguei a sua história; sei que os magos não conseguem por-se de acordo; sei dos seus poderosos propósitos; o que pode saber da Lua o homem não versado em astrologia. Sou de um país vertiginoso onde a loteria é a parte principal da realidade: até o dia de hoje, pensei tão pouco nela como na conduta dos deuses indecifráveis ou do meu coração. Agora longe da Babilônia e dos seus estimados costumes, penso com certo espanto na loteria e nas conjecturas blasfemas que ao crepúsculo murmuram os homens velados.

Meu pai contava que antigamente — questão de séculos, de anos? — a loteria na Babilônia era um jogo de caráter plebeu. Referia (ignoro se com verdade) que os barbeiros trocavam por moedas de cobre, retângulos de osso ou de pergaminho adornados de símbolos. Em pleno dia verificava-se um sorteio: os contemplados recebiam, sem outra confirmação da sorte, moedas cunhadas de prata. O procedimento era elementar, como os senhores vêem.

Naturalmente, essas "loterias" fracassaram. A sua virtude moral era nula. Não se dirigiam a todas as faculdades do homem: unicamente à sua esperança. Diante da indiferença pública, os mercadores que fundaram essas loterias venais começaram a perder dinheiro. Alguém esboçou uma reforma: a intercalação de alguns números adversos no censo dos números favoráveis. Mediante essa reforma, os compradores de retângulos numerados expunham-se ao duplo risco de ganhar uma soma e de pagar uma multa, às vezes vultosa. Esse leve perigo (em cada trinta números favoráveis havia um número aziago) despertou, como é natural, o interesse do público. Os babilônios entregaram-se ao jogo. O que não adquiria sortes era considerado um pusilânime, um apoucado. Com o tempo esse desdém justificado duplicou-se. Eram desprezados aqueles que não jogavam, mas também o eram os que perdiam e abonavam a multa. A Companhia (assim começou então a ser chamada) teve que velar pelos ganhadores, que não podiam cobrar os prêmios se nas caixas faltasse a importância quase total das multas. Propôs uma ação judicial contra os perdedores: o juiz condenou-os a pagar a multa original e as custas, ou a uns dias de prisão. Todos optaram pelo cárcere, para defraudar a Companhia. Dessa bravata de uns poucos nasce todo o poder da Companhia: o seu valor eclesiástico, metafísico.

Pouco depois, as informações dos sorteios omitiram as referências de multas e limitaram-se a publicar os dias de prisão que designava cada número adverso. Esse laconismo, quase inadvertido a seu tempo, foi de capital importância. Foi o primeiro aparecimento, na loteria, de elementos não pecuniários. O êxito foi grande. Instada pelos jogadores, a Companhia viu-se obrigada a aumentar os números adversos.

Ninguém ignora que o povo da Babilônia é devotíssimo à lógica, e ainda à simetria. Era incoerente que se computassem os números ditosos em moedas redondas e os infaustos em dias e noites de cárcere. Alguns moralistas raciocinaram que a posse das moedas não determina sempre a felicidade e que outras formas de ventura são talvez mais diretas.

Inquietações diversas propagavam-se nos bairros desfavorecidos. Os membros do colégio sacerdotal multiplicavam as apostas e gozavam de todas as vicissitudes do terror e da esperança; os pobres (com inveja razoável ou inevitável) sabiam-se excluídos desse vaivém, notoriamente delicioso. O justo desejo de que todos, pobres e ricos, participassem por igual na loteria, inspirou uma indignada agitação, cuja memória os anos não apagaram. Alguns obstinados não compreenderam (ou simularam não compreender) que se tratava de uma ordem nova, de uma necessária etapa histórica... Um escravo roubou um bilhete carmesim, que no sorteio lhe deu direito a que lhe queimassem a língua. O código capitulava essa mesma pena para o que roubava um bilhete. Alguns babilônios argumentavam que merecia o ferro candente, na sua qualidade de ladrão; outros, magnânimos, que se devia condená-lo ao carrasco porque assim o havia determinado o azar... Houve distúrbios, houve efusões lamentáveis de sangue; mas a gente babilônica finalmente impôs a sua vontade, contra a oposição dos ricos. O povo conseguiu plenamente os seus generosos fins. Em primeiro lugar, conseguiu que a Companhia aceitasse a soma do poder público. (Essa unificação era indispensável, dada a vastidão e complexidade das novas operações.) Em segunda etapa, conseguiu que a loteria fosse secreta, gratuita e geral. Ficou abolida a venda mercenária de sortes. Iniciado nos mistérios de Bel, todo homem livre participava automaticamente dos sorteios sagrados, que se efetuavam nos labirintos do deus de sessenta em sessenta noites e que demarcavam o seu destino até o próximo exercício. As conseqüências eram incalculáveis. Uma jogada feliz podia motivar-lhe a elevação ao concílio dos magos ou a detenção de um inimigo (conhecido ou íntimo), ou a encontrar, nas pacíficas trevas do quarto, a mulher que começava a inquietá-lo ou que não esperava rever; uma jogada adversa: a mutilação, a infâmia, a morte. Às vezes, um fato apenas — o vil assassinato de C, a apoteose misteriosa de B — era a solução genial de trinta ou quarenta sorteios. Combinar as jogadas era difícil; mas convém lembrar que os indivíduos da Companhia eram ( e são) todo-poderosos e astutos. Em muitos casos, teria diminuído a sua virtude o conhecimento de que certas felicidades eram simples fábrica do acaso; para frustrar esse inconveniente, os agentes da Companhia usavam das sugestões e da magia. Os seus passos e os seus manejos eram secretos. Para indagar as íntimas esperanças e os íntimos terrores de cada um, dispunham de astrólogos e de espiões. Havia certos leões de pedra, havia uma latrina sagrada chamada Qaphqa, havia algumas fendas no poeirento aqueduto que, conforme a opinião geral, levavam à Companhia; as pessoas malignas ou benévolas depositavam delações nesses sítios. Um arquivo alfabético recolhia essas notícias de veracidade variável.

Por incrível que pareça, não faltavam murmúrios. A Companhia, com a sua habitual discrição, não replicou diretamente. Preferiu rabiscar nos escombros de uma fábrica de máscaras um argumento breve, que agora figura nas escrituras sagradas. Essa peça doutrinal observava que a loteria é uma interpolação da casualidade na ordem do mundo e que aceitar erros não é contradizer o acaso: é confirmá-lo. Salientava, da mesma maneira, que esses leões e esse recipiente sagrado, ainda que não desautorizados pela Companhia (que não renunciava ao direito de os consultar), funcionavam sem garantia oficial.

Essa declaração apaziguou os desassossegos públicos. Também produziu outros efeitos, talvez não previstos pelo autor. Modificou profundamente o espírito e as operações da Companhia. Pouco tempo me resta; avisam-nos que o navio está para zarpar; mas tratarei de os explicar.

Por inverossímil que seja, ninguém tentara até então uma teoria geral dos jogos. O babilônio é pouco especulativo. Acata os ditames do acaso, entrega-lhes a vida, a esperança, o terror pânico, mas não lhe ocorre investigar as suas leis labirínticas, nem as esferas giratórias que o revelam. Não obstante, a declaração oficiosa que mencionei instigou muitas discussões de caráter jurídico-matemático. De uma delas nasceu a seguinte conjectura: Se a loteria é uma intensificação do acaso, uma periódica infusão do caos no cosmos, não conviria que a casualidade interviesse em todas as fases do sorteio e não apenas numa? Não é irrisório que o acaso dite a morte de alguém e que as circunstâncias dessa morte — a reserva, a publicidade, o prazo de uma hora ou de um século — não estejam subordinadas ao acaso? Esses escrúpulo tão justos provocaram, por fim, uma reforma considerável, cujas complexidades (agravadas por um exercício de séculos) só as entendem alguns especialistas, mas que intentarei resumir, embora de modo simbólico.

Imaginemos um primeiro sorteio que decrete a morte de um homem. Para o seu cumprimento procede-se a um outro sorteio, que propõe (digamos) nove executores possíveis. Desses executores quatro podem iniciar um terceiro sorteio que dirá o nome do carrasco, dois podem substituir a ordem infeliz por uma ordem ditosa (o encontro de um tesouro, digamos), outro exacerbará (isto é, a tornará infame ou a enriquecerá de torturas), outros podem negar-se a cumpri-la... Tal é o esquema simbólico. Na realidade o número de sorteios é infinito. Nenhuma decisão é final, todas se ramificam noutras. Os ignorantes supõem que infinitos sorteios requerem um tempo infinito; em verdade, basta que o tempo seja infinitamente subdivisível, como o ensina a famosa parábola do Certame com a Tartaruga. Essa infinitude condiz admiravelmente com os sinuosos números do Acaso e com o Arquétipo Celestial da Loteria, que os platônicos adoram... Um eco disforme dos nossos ritos parece ter reboado no Tibre: Ello Lampridio, na Vida de Antonino Heliogábalo, refere que este imperador escrevia em conchas as sortes que destinava aos convidados, de forma que um recebia dez libras de ouro, e outro, dez moscas, dez leirões, dez ossos. É lícito lembrar que Heliogábalo foi educado na Ásia Menor, entre os sacerdotes do deus epônimo.

Também há sorteios impessoais, de objetivo indefinido; um ordena que se lance às águas do Eufrates uma safira de Taprobana; outro, que do alto de uma torre se solte um pássaro, outro, que secularmente se retire (ou se acrescente) um grão de areia aos inumeráveis que há na praia. As conseqüências são, às vezes, terríveis.

Sob o influxo benfeitor da Companhia, os nossos costumes estão saturados de acaso. O comprador de uma dúzia de ânforas de vinho damasceno não estranhará se uma delas contiver um talismã ou uma víbora; o escrivão que redige um contrato não deixa quase nunca de introduzir algum dado errôneo; eu próprio, neste relato apressado, falseei certo esplendor, certa atrocidade. Talvez, também, uma misteriosa monotonia... Os nossos historiadores, que são os mais perspicazes da orbe, inventaram um método para corrigir o acaso; é de notar que as operações desse método são (em geral) fidedignas; embora, naturalmente, não se divulguem sem alguma dose de engano. Além disso, nada tão contaminado de ficção como a história da Companhia... Um documento paleográfico, exumado num templo, pode ser obra de um sorteio de ontem ou de um sorteio secular. Não se publica um livro sem qualquer divergência em cada um dos exemplares. Os escribas prestam juramento secreto de omitir, de intercalar, de alterar. Também se exerce a mentira indireta.

A Companhia, com modéstia divina, evita toda publicidade. Os seus agentes, como é óbvio, são secretos; as ordens que distribui continuamente (talvez incessantemente) não diferem das que prodigalizam os impostores. Para mais, quem poderá gabar-se de ser um simples impostor? O bêbado que improvisa um mandato absurdo, o sonhador que desperta de súbito e estrangula a mulher a seu lado, não executam, porventura, uma secreta decisão da Companhia? Esse funcionamento silencioso, comparável ao de Deus, provoca toda espécie de conjecturas. Uma insinua abominavelmente que há séculos não existe a Companhia e que a sacra desordem das nossas vidas é puramente hereditária, tradicional; outra julga-a eterna e ensina que perdurará até a última noite, quando o último deus aniquilar o mundo. Outra afiança que a Companhia é onipotente, mas que influi somente em coisas minúsculas: no grito de um pássaro, nos matizes da ferrugem e do pó, nos entressonhos da madrugada. Outra, por boca de heresiarcas mascarados, que nunca existiu nem existirá. Outra, não menos vil, argumenta que é indiferente afirmar ou negar a realidade da tenebrosa corporação, porque a Babilônia não é outra coisa senão um infinito jogo de acasos.


Jorge Luis Borges nasceu em 1899 na cidade de Buenos Aires, capital da Argentina. O Projeto Releituras presta uma singela homenagem a esse que foi um dos maiores escritores latino-americanos, que estaria completando 100 anos de idade. Borges faleceu em Genebra, no ano de 1986.

http://www.releituras.com

Raulzito

Raul Seixas - Loteria da Babilônia

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Republica II

You know how terrible and disgraceful it is for shepherds to keep dogs to guard their flocks which are so badly bred or trained that from want of discipline or hunger, or from some other evil in their nature, they will dare to worry the sheep, and act like wolves rather than dogs?
“It is terrible,” he said. “Certainly.”
“Then we must take every precaution against (the men of gold) acting in this way to the citizens, since they are stronger than they, and behaving like fierce masters rather than loving allies?”
“We must,” he said.
“Is not a really noble education the best possible precaution?”
“Well, they have that,” he said.
“Well,” I replied, “we need not go into that now, my dear Glaucon, but we must insist on what I have just mentioned, namely, that they must have the right kind of education, whatever that may be, if they are to have what will do more than anything else to make them gentle to one another and to those that they guard.”

Platao

Na Republica

“... he who is to be a good and noble guardian of our city will be by nature philosophical and spirited, and quick and strong.”
“Yes, he will be all those things,” he said.
“This, then, will be his original character. Now, how shall we rear and educate these guardians? Will our inquiry help us in discovering the object of all our search, namely, how justice and injustice arise in a city? We don’t want to miss anything, and yet we mustn’t be tedious.”

Plato, The Republic

Auditoria

Lenine - Paciência

Bukowski por ele mesmo

Se vai tentar
siga em frente.

Senão, nem começe!
Isso pode significar perder namoradas
esposas, família, trabalho...e talvez a cabeça.

Pode significar ficar sem comer por dias,
Pode significar congelar em um parque,
Pode significar cadeia,
Pode significar caçoadas, desolação...

A desolação é o presente
O resto é uma prova de sua paciência,
do quanto realmente quis fazer
E farei, apesar do menosprezo
E será melhor que qualquer coisa que possa imaginar.

Se vai tentar,
Vá em frente.
Não há outro sentimento como este
Ficará sozinho com os Deuses
E as noites serão quentes
Levará a vida com um sorriso perfeito
É a única coisa que vale a pena.

Charles Bukowski

terça-feira, 13 de maio de 2008

Die Hegel

"O que mede o êxito das religiões não é, portanto, a sua capacidade de superar religiões anteriores, mas sim de subsistir na história diante das mudanças que se tornam imperativas na busca dos homens pelo absoluto."

de A Arquitetura, de G. W. F. Hegel

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Bukowski

Estou vendo Factotum, um filme sobre o alter-ego de Chales Bukowski, beberrão, apostador e niilista, um protótipo de tudo o que a sociedade capitalista abomina, e assim também a educação cristã. Bukowski era um malandro, batia em mulheres, bebia o dia inteiro e se consumia em porcarias. Li na Wikipedia que era o poeta dos skid rows, lugares consumidos pelo lixo e depravação.

Bukowski é reconhecidamente um depravado e erroneamente confundido com a literatura beat. Os beatniks tinham um ideal, buscavam uma nova espiritualidade, protestavam, andavam, pegavam carona, diferentemente de Bukowski, que estava sempre parado. Esta se transforma na diferença entre a geração que encontrou seu lugar no mundo e os que ficaram perambulando, desembocando no punk, nos outros niilistas, nos pichadores, na escória geral.

Eis o que Bukowski representa, embora muitas vezes sublime no mais baixo dos pavimentos. E isso é sua marca: tornar digerível o mais sujo dos muquifos.

E em sua lápide, sua sui generis: "Don't Try"

C'est la Vie

O General Douglas MacArthur foi recusado na Academia Militar de West Point, não uma vez, mas duas. Quando tentou pela terceira vez, foi aceito e marchou para os livros de história.

O superstar do basquete, Michael Jordan, foi cortado do time de basquete da escola.

Winston Churchill repetiu a sexta série. Veio a ser primeiro ministro da Inglaterra somente aos 62 anos de idade, depois de uma vida de perdas e recomeços. Sua maior contribuição aconteceu quando já era um "cidadão idoso".

Albert Einstein não sabia falar até os 4 anos de idade e só aprendeu a ler aos 7. Sua professora o qualificou como "mentalmente lerdo, não-sociável e sempre perdido em devaneios tolos". Foi expulso da escola e não foi admitido na Escola Politécnica de Zurique.

Em 1944, Emmeline Snively, diretora da agência de modelos Blue Book Modeling, disse à candidata Norman Jean Baker ( Marilyn Monroe) : "É melhor você fazer um curso de secretariado, ou arrumar um marido. "

Ao recusar um grupo de rock inglês chamado The Beatles, um executivo da Decca Recording Company disse : "Não gostamos do som. Esses grupos de guitarra já eram."

Quando Alexander Graham Bell inventou o telefone, em 1876, não tocou o coração de financiadores com o aparelho. O Presidente Rutheford Hayes disse: "É uma invenção extraordinária, mas quem vai querer usar isso ?"

Thomas Edison fez duas mil experiências para conseguir inventar a lâmpada. Um jovem repórter perguntou o que ele achava de tantos fracassos. Edison respondeu : "Não fracassei nenhuma vez. Inventei a lâmpada. Acontece que foi um processo de 2.000 passos."

Aos 46 anos, após anos de perda progressiva da audição, o compositor alemão Ludwig van Beethoven ficou completamente surdo. No entanto, compôs boa parte de sua obra, incluindo três sinfonias, em seus últimos anos.

domingo, 11 de maio de 2008

Elementos

“Sê alerta e ativo como os Silfos, mas evita frivolidade e capricho. Sê enérgico e forte como as Salamandras, mas evita irritabilidade e ferocidade. Sê flexível e atento às imagens como as Ondinas, mas evita ociosidade e inconstância. Sê laborioso e paciente como os Gnomos, mas evita grosseria e avareza. Deste modo desenvolverás gradualmente os poderes da tua Alma e te capacitarás a comandar os Espíritos e os elementos. Pois se usares os Gnomos para satisfazer tua avareza, não mais os estarás comandando, mas eles te comandarão. Serias capaz de abusar das puras criaturas dos bosques e montanhas para encher teus cofres e satisfazer tua fome por Ouro? Degradarias os Espíritos do Fogo Vivo para servirem à tua cólera e ódio? Violarias a pureza das Almas das águas para alcovitar tua devassa luxúria? Forçarias os Espíritos da Brisa da Tarde a atender tua tolice e capricho? Saiba que com tais desejos tu apenas atrairás o Fraco e não o Forte, e que neste caso o Fraco terá poder sobre ti.” - Liber Librae.

sábado, 10 de maio de 2008

Aniversário

Hoje é meu aniversário. Saúdo a todos os que lembraram e os que só souberam agora.

Aniversário é um processo que culmina no dia em si e no próximo mês, que é quando a idade começa a caber mais dentro de si e as responsabilidades começam a aparecer de fato para o detentor daquela idade. Eu, que ainda tenho alguns cetros a fazer por loucuras passadas, os tenho em estoque prontos a explodir, ou a me fazer um cajado de eremita. Só que para isso provavelmente terei que fazer uma engenharia de materiais ou de metalurgia para que não fique tosco.

Pronto, falei. Mais uma vez brigo e descredito a administração em prol de alguma ciência de facto.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Eu e Maynard Pirsig

Terminei de ler o livro do Pirsig, Zen e a Arte de Manutenção de Motocicletas, e valeu a jornada. É um livro minuciosamente constituído e que dá uma visão fantástica do panorama filosófico da Grécia socrática, o que vou procurar elaborar aqui nas poucas linhas adiante.

Saborosa é essa empreitada, que acontece depois que ele começa o curso de doutorado em Análise das Idéias e Estudo dos Métodos, sabendo de antemão que o professor presidente do Conselho deliberativo era um aristotélico inveterado, que primava pela divisão entre forma e substância, coisa dissonante para quem, como ele, pensa a unificação dos saberes em torno do conceito de Qualidade, que descobre ele, na Grécia antiga se dava pelo nome areté, excelência.

O estudo vai chegando mais fundo, ele lê os diálogos de Platão todos -daonde tira seu pseudônimo Fedro-, e a obra dos pré-socráticos, porque desconfia das intenções de Platão. Nos é revelado, então, que Platão é, ele mesmo, um sofista que pela retórica sobre a dialética socrática desmantela os sofistas antes de Sócrates, para que, ele mesmo o maior sofista, fosse louvado pelos tempos. Essa informação é estranha, mas o autor cita que desde os pré-socráticos os sofistas eram os expoentes da sabedoria da época, sendo Sócrates um deles. A dialética, então, a forma de investigação de Sócrates, é ela também a forma de intuição de seus maiores discípulos, Platão e Aristóteles, que desmantelam os sofistas, seguidores de areté, em contraponto à idéia de verdade. A verdade antes era relativista, e era esse o critério que Sócrates usava para descabelar seus conterrâneos, parametrizando por uma medida universal.

E foi a partir dessa épica guerra que a Ciência como forma universal nasce, chegando hoje à biocibernética, satélites e fibra ótica, antes fábulas contadas acerca de magos e alquimistas videntes.

Apesar de E=mc2, existe o real. O mundo científico é aquele que busca explicar a Qualidade, e quanticamente é esta mesma qualidade que é o grande Outro, o dobramento natural do espaço-tempo. E areté, apesar de esquecida, nunca foi tão viva.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Global Forum: Sustentabilidade

O tema da sustentabilidade tem, cada vez mais, motivado as empresas a investirem em iniciativas que otimizem o uso econômico de seus recursos e que promovam o desenvolvimento social e a conservação do meio ambiente.

O profissional responsável e comprometido com as questões sociais e ambientais, capaz de enfrentar os novos desafios do desenvolvimento sustentável, que entenda a extensão da sustentabilidade nos seus três pilares – econômico, social e ambiental – e que promova a sua prática , será o responsável direto pelas mudanças que estão por vir e, mais ainda, pelos benefícios desta quebra de padrões.
Nesta busca por um profissional que compreenda e incorpore a sustentabilidade e que consiga trazê-la para a prática empresarial, é que o Global Fórum constrói seu espaço. Ao fomentar o diálogo entre a teoria da academia, as práticas do setor privado, o desenvolvimento e gestão das leis do governo e a flexibilidade da sociedade civil, este movimento visa a construção coletiva de novas alternativas empresariais, a discussão da educação para a sustentabilidade e, principalmente, trilhar e anunciar o caminho para a construção de empresas efetivamente sustentáveis que garantam às gerações futuras o direito à vida com qualidade igual ou superior à nossa.

http://www.globalforum.com.br

Entrevista com Milton Friedman

Uma entrevista com o economista Milton Friedman, ganhador do Nobel de Economia e autor do livro "Free to Choose", na decada de 80. Do site da 20th century Fox.
...

This is a transcript from David Asman's May 15, 2004 interview with economist Milton Friedman .

"Free to Choose"

David Asman: Are we more or less free today than we were in 1980, when your book “Free to Choose” was published?

Milton Friedman: That depends on what you mean by “we.” If “we” means the world, the answer is: by all means. After all, since the fall of the Berlin Wall and the collapse of the Soviet Union, millions of people who were under the Iron Curtain are much freer to chose now than they were then. Similarly, over the past two decades, in China, 1.3 billion people are freer to choose. Within the last half dozen years, in India, another billion people are freer to choose.

When you come to the Western nations, like the United States or Europe, the situation is not so obvious. Our freedom to choose has lessened. So we have a continuing fight between socialism and freedom.

DA: Bill Clinton announced that “the era of big government was over.”

MF: Of course, he said that. But then he didn’t act on it. Saying it is one thing. Doing it is very different. The facts are that during the Clinton Administration government spending did go down as a fraction of national income. However, that was almost entirely because of reductions in military expenditures.

DA: Which have gone up since then.

MF: Oh yes, because of the Iraq war. And war is an enemy of freedom.

War vs. Freedom

DA: In a time of war, how do we maintain our freedom?

MF: We don’t. We invariably reduce our freedom. But that doesn’t mean it’s a permanent reduction. As long as we really keep in mind what we’re doing, that we keep it temporary, we need not destroy our freedom.

DA: Are you concerned that some of the measures we’re taking now to fight the war, like the Patriot Act, may be more than just temporary?

MF: It’s not clear. The Patriot Act is a very complicated issue, and I’m not going to get involved in that. But I think that on the whole, this war is small enough relative to our economy that it is not going to be a serious impediment to our freedom. But the sooner we can get rid of it and out of it, the better.

DA: Do you agree with President Bush that the actions in Iraq were necessary as a part of our war on terrorism?

MF: I think you can argue either side of that. Where I do feel strongly, is that having gone into it, whether we should have or not, we must see it through.

DA: Even if it costs some of our freedoms?

MF: There’s no way to avoid a burden on your freedom. The costs themselves are a burden on your freedom. The restrictions that are necessary in order to get rid of the terrorists are a burden to your freedom. So there’s no way in the short run to avoid a restriction on your freedom. But if we’re going to avoid a permanent reduction in freedom, we have to see this war through.

Education

DA: Let’s talk about specific policies that affect our freedom to choose. Education. You have advocated vouchers since the mid-1950s. Now, briefly, vouchers would give you back that portion of your taxes that the government spends on education and let you spend it the way you feel it should be spent. It appears that experiments in vouchers in places like Milwaukee and Washington, D.C. are now being rolled out. Does this give you hope that at long last vouchers will play a part in our educational process?

MF: Vouchers are a means, not an end. The end and the objective is to get an effective educational system. The state of our educational system is a disgrace to our country. We have an elementary and secondary school system in which close to half of the youngsters never graduate properly. It’s a disgrace that there is more illiteracy today than there was 100 years ago.

DA: Whom do you blame for that?

MF: I blame the existence of a governmental, monopolistic school system. I also blame the teacher’s union, and the control they have over the school system.

DA: Is that control tightening?

MF: That control has tightened very much. In the 1960s, The National Education Association changed its character. Prior to that point it had been a professional association, similar to the American Medical Association or the American Bar Association. But then the NEA changed into a union. And from that point on you can see deterioration in the quality of schooling in the United States.

DA: How would vouchers improve education?

MF: All governments—federal, state and local—are spending about $9,000 per year on each pupil. That’s the money that goes to the education system. The voucher system rearranges this payment system radically. Instead of that money going to the schools, vouchers would direct that money to the kids, for them to use the way they and their parents think is appropriate. And you wouldn’t have to make it $9,000, because private education would be much more efficient than government. Is there anything that government does that doesn’t cost twice as much as it needs to? So if you had a voucher of $5,000 for each of your children—provided you used it for nothing other than education—and you could choose what school you want your child to go to, the competition would force individual schools to operate more efficiently. The real power that a consumer has is in deciding what to buy. And right now you don’t have that power with respect to schools.

DA: But is there evidence that what happens in the market place, with respect to competition making better products more efficiently, would also improve the quality of education?

MF: Yes, if you compare private schools with government schools. You can also see evidence of this under the experimental voucher plans. Now, the problem with the voucher experiments is that so far most of them are restricted to families below a certain income. They are largely welfare measures and not educational measures. For the purpose of having the maximum degree of competition, you would like the voucher program to be unrestricted for all of the parents to have, because that way you get the largest market within which competition would work. But even within these restricted cases, in every place where you have had a voucher, children who had vouchers to choose the school they felt would be better actually did better than children without vouchers. Moreover, in every one of those experiments, the public schools have improved, because competition forced them to become more efficient. So the competition from the private schools, enhanced by the vouchers, led to improvement in the public schools.

Health Care

DA: Another area in which government efficiency has been questioned is health care. Just to put things in perspective, I remember the days when I was sick and the doctor would come over to make a house call. My father would follow him to the door, pull a bill out of his wallet, pay the doctor, and that was it—-no papers, no government, no fuss. Will we ever get back to that?

MF: It’s very hard to believe we will. But we have to move in that direction.

DA: How?

MF: The best instrument at the moment is a health savings account—it used to be called a medical savings account. It works as follows: First of all, you buy for yourself a catastrophic insurance policy, so that in case of a major adverse medical event, you’re covered. Then you have an account, in which you or your employer deposits a certain sum of money. Let’s say there’s a deductible limit of $5,000. So you deposit $2,500 in the account, and you can use that any way you want for medical purposes. You choose the doctor, and you pay the doctor. You get the test, you pay for the test. And then if you go over $2,500, you have to pay that out of your pocket. But the maximum it can cost you is $2,500 plus the cost of the catastrophic insurance premium. And this way you have an incentive to save money. Right now, you as a customer have no incentive to save money on medicine.

DA: And the doctor has no incentive to lower his costs.

MF: And the doctor has no incentive to serve you. You are not employing the doctor. He’s being employed by the insurance company, or by the hospital.

DA: Or by the government, if he’s being paid by Medicaid or Medicare.

MF: But let me note one thing that’s interesting. We’ve been talking about education and medicine. The problem with both of them is exactly the same. The problem with both of them is third party payments. You do not have a transaction between a willing buyer and a willing seller. What you have is Mr. A, getting service from Mr. B, who is paid by Mr. C. The common feature is that you as an individual do not make the deal, do not suffer the consequence or pay the cost. Some third party pays for you.

DA: People defending the system would say that it’s become a more complex world. Now we have all this complex equipment and tests and medical specialists and with all that complication, you need somebody extra to sort things out.

MF: But the government has introduced the major complication. The major complication is caused by third party payments. The fact that you have more complexity in medicine is a good thing. During the whole of the past 100 years, life expectancy has been going up. It was going up before there were these government programs, it’s been going up since. But life expectancy actually went up faster before these programs were introduced than since.

In 1946, just after World War 2, total medical expenditures was about 5 percent of national income. Today, it’s 17 percent. And life expectancy increased far more rapidly in the 50 years before World War 2 than it is increasing today. I believe that the progress and the quality of medical care has increased independent of the amount we spend on it through government. The relationship between your father and the doctor he paid at the door could work well in our time. It doesn’t work well when your father doesn’t pay the doctor directly but calls in a third party, and some third party has to judge whether that medical procedure is necessary. That’s what causes the complication.

There are four ways in which you can spend money. You can spend your own money on yourself. When you do that, why then you really watch out what you’re doing, and you try to get the most for your money.

Then you can spend your own money on somebody else. For example, I buy a birthday present for someone. Well, then I’m not so careful about the content of the present, but I’m very careful about the cost.

Then, I can spend somebody else’s money on myself. And if I spend somebody else’s money on myself, then I’m sure going to have a good lunch!

Finally, I can spend somebody else’s money on somebody else. And if I spend somebody else’s money on somebody else, I’m not concerned about how much it is, and I’m not concerned about what I get. And that’s government. And that’s close to 40 percent of our national income.

DA: The politicians who defend this system would say that if you leave it up to the market, inevitably, there will be people left out. There will be a minority who can not take care of themselves. In order to create an equalized system of care, whether it’s education or health or social security, you need the government to come in and equalize.

MF: But do we want an equalized level of care? We can always have an equalized level at a low level. Where does progress come from? If we go back and look at the history of our country, what is behind our progress? It’s not equalizing. It’s differentiating. It’s that somebody gets a bright idea about how you can have a telegraph line. And who buys that first? Is it the poor people? No. Or look at television. How did we get the television and all its related products? We didn’t get progress in television technology by immediately demanding that every American get a television set. We got it by someone starting the venture and rich people buying it to begin with. Rich people are the experimental ground for every new development. The nature of progress is that what begins as a luxury for the rich becomes a necessity for the poor as it’s developed and passed on.

Social Security

DA: Social Security. We’ve got this mammoth system. What do we do with it?

MF: Privatize it.

DA: How?

MF: Just by letting you handle your own retirement account. Tell me, why should the government be deciding for you how much you should spend on retirement. Let’s suppose you were a young man who had a terminal disease. The government comes to you and tells you have to put away 15 percent of your income in a retirement account even though you’re going to die at 50. Does that make any sense? I think that’s a vicious program. It’s not a good idea. So in general, you ought to let people decide for themselves.

Now it’s very difficult to get to there from where we are now, because there’s so much public sentiment involved. But the first step you can take is to say, well, we’ll keep the compulsory payments. But instead of the funds going to the government, they will go into your own, personal account. So you will have a personal account. And what’s deducted from your paycheck will go into that, and you can decide how to invest it. And you can take care of it. And if you did that, you could reduce the amount that you could deduct and still provide a better retirement account.

DA: Do you see any signs of that being politically feasible?

MF: Oh, yes, I think it’s very politically feasible. The situation in social security is very simple. Something is going to have to be done. The population is getting older. The number of people who are ready to retire is rising relative to the number of people working. So the costs are going to get intolerable. And something will have to be done. I think that the most attractive device is privatization. And I suspect that that will happen.

DA: So simply out of necessity, we’ll be forced to do it.

MF: Well, in his presidential campaign, President Bush came out in favor of privatization. And if he’s re-elected I think there’s a good chance you’ll get the beginning of privatization of social security. It won’t be as broad scale as it should. It’ll be done piecemeal. For example, in the beginning you’ll be able to put aside 2 percent or 3 percent of the total account. But at least that will be a start.

DA: You mentioned President Bush. You must not be happy with the amount of money—non-defense spending—that he has been responsible for spending on government programs.

MF: He has. And that’s very bad. I’m not very happy about that. But I am very happy about the tax reductions. The big problem for a democratic government—democrat with a small “d”—is how to hold down government spending. The one thing that legislators like to do is to spend money. That’s the one way they’re sure to get some kudos from their constituents. The only way you can really hold down their spending is to keep down the amount of income they get. You have the same problem with your children. If one of your children spends too much, you cut his allowance. That’s the only effective way of doing so.

DA: But politicians have other ways to fund their spending. They can print more money and create inflation. Or they can go into debt. Those are ways that they can spend money that they don’t have.

MF: They can, but those are not politically popular.

DA: But the political consequences are not felt immediately; they’re down the line after the expenses have been made.

MF: Yes, but yet there has been a public reaction against excessive debt. Deficits are not politically popular. So keeping down the amount of tax revenue they get is still the most popular way of holding down government expenditures.

DA: So even though Bush has increased public spending a lot since he became president, his tax cuts will force politicians to lower their expenditures.

MF: They’re already having that affect.

The World

DA: Let’s talk about freedom outside the United States. We mentioned China. Can you describe its development toward freedom?

MF: China remains Communist in its political structure, but economically it has been moving very rapidly towards a freer economy.

DA: How is that possible, that you have a political system based on coercion and an economic system based more on freedom?

MF: Because if you let the market work, it doesn’t require coercion and the government can stand to one side. Dung Tsao Ping said, “I don’t care what color the cat is, provided it can catch mice.” That’s the rallying cry of private enterprise. Starting with the opening of agriculture, China has been moving rapidly. Today, private output accounts for more than 50 percent of the national income. So it’s half way toward a completely free market.

DA: When does that begin to affect the political structure?

MF: All along, it’s affecting it right now. Not in the center, but in villages, there are more leaders being chosen by ballot, and it will gradually creep up. Economic freedom is a force that often compels a move toward political freedom, because it makes it more and more expensive to maintain the control, and there’s more and more opposition to it. And remember you also have the generation effect. The leadership in China is changing. It’s changing to a younger generation, many of whom were educated in the United States and Britain. And they have a different idea about how the world should run, so I’m very optimistic about the future of freedom in China.

DA: Now, our biggest enemies today come from the Muslim world. Not to say all Muslims are our enemy. But our worst enemies today are found in the Muslim world. Now that world is basically not free, politically. Is it possible that by opening up the Muslim world economically, it could become freer politically?

MF: I believe so, I believe that if you can get economic freedom, it will tend to force political freedom. That’s not certain. But it’s also true the other way. If you do not force political freedom, economic freedom will be stymied sooner or later.

DA: Now one of the first things that we did with Iraqi oil is to announce that we’d set up a national oil company in Iraq.

MF: A terrible mistake. We had a great opportunity in Iraq. We should have privatized the oil industry. One suggestion made was that we should have established an oil company and sold all of the oil resources, take the capital and put it in a fund for the people of Iraq. Very much like we did with the oil fund that they have in Alaska.

DA: So that every single law-abiding Iraqi would have a share of Iraqi oil.

MF: That’s right. And the government would not control it. The only thing that the government would do is to get the income from it to distribute to the Iraqi people.

DA: So that the Iraqi people would have a direct stake in peace and prosperity in their own country.

MF: That’s right. Now, we ought not to be solving Iraq’s problems for it. Iraq ought to be solving its own problems. And the sooner we can transfer effective control to the Iraqis the better.

The Tide Is Turning

DA: The last chapter of your book “Free to Choose” was called “The Tide is Turning.” Do you still think that things are getting better?

MF: Yes. If you look just at the United States, and take one simple measure—government spending as a fraction of income—from 1945 to 1980, we went from a situation where government was spending 25 percent of national income to one where government was spending 40 percent. You had galloping socialism. From 1980, that started going down with Reagan. Than it went up again during the first President Bush. Then it went down again slightly during the Clinton administration. Under the second Bush it’s again going up slightly. But the main thing to note is the historical trend—which is a dramatic slowdown in the growth of government. So if anything, you’ve had creeping socialism, which is a lot better than galloping socialism. That’s a turn of the tide. And that’s been dramatically reinforced by the collapse of the Soviet Union and the liberalization of China and India and other parts of the world. So if you go away from the narrow perspective of the United States, for the world as a whole, there is no doubt that the tide has turned.

Then there’s the world of ideas. In the 1950s the overwhelming majority of intellectuals were socialists. The problem then was in changing people’s views. But that change has largely occurred. The problem now is making governments live up to what people demand of them.

DA: You are an optimist.

MF: I am. I’ve always been an optimist.

DA: More optimistic now than you were in 1980?

MF: No. No more so.

DA: What was it like growing up in an academic environment in which your views ran counter to the status quo?

MF: Well, it was wonderful! I enjoy argument.

DA: Do you think that you’ve won most of those battles that you were fighting when you started?

MF: I think on the whole I’ve done very well. I haven’t won all of them, by any means. You shouldn’t win all of them. But on the whole I feel pretty good.

DA: Do you think the economy today is in good hands today?

MF: I think politicians are getting better advice now than they were.

DA: Alan Greenspan. What do you think of the job he’s been doing?

MF: I think he’s done a remarkable job. He’s done very well. When you look at the price level—when you plot inflation—since 1985, not just in the United States but throughout the world, you’ll see a steady downward curve and a move toward stability. And that’s largely because of the improved monetary policy that Alan Greenspan is responsible for. But it’s not just Alan Greespan. It actually started in New Zealand, of all places. So the prospects are good. If we don’t restrain inflation, it’ll be because politicians can’t restrain their spending.


Who Was the Greatest President?

DA: I’ve always wanted to ask you who you consider to have been the greatest president?

MF: Well, you have the almost mythic presidents like Washington and Lincoln. Let me talk, rather, of those presidents who I’ve known in my own lifetime. And there, there’s no doubt in my mind that Ronald Reagan was by far the greatest.

DA: Why?

MF: Because he had real principles and he stuck by them. He made clear what he was going to do, and he did it. He didn’t back down. And it took real principles to do what he did. For example, one of the things he was determined to do was to end inflation. Now, there’s no way to end inflation without having recession. The month after Reagan became president, Paul Volker (then head of the Federal Reserve) started to slow down the rate of monetary growth. And that did lead to a recession. And that recession led to a sharp decline in the President’s poll ratings. In my mind there is no other president in my lifetime who would have stood by to support the Fed in those circumstances.

DA: Now simultaneous to that squeezing of inflation out of the economy, we had a tremendous cut in tax rates, across the board. And that stimulated the economy, even though we couldn’t see it at the time.

MF: Yes, that was the other part of his program. He wanted to cut taxes, lower inflation and control government spending. And he did reduce taxes and he stuck by the monetary policy. And of course it stopped inflation. It turned the economy around. And the supply side effects of the tax cuts became evident and the economy has been, on the whole, zooming ever since.

To show that this is not partisanship, in some ways it’s hard to find a president who deserves to be put lower than Richard Nixon. Now, Richard Nixon was a very intelligent and able man. And he had the right ideas. But he did not have the adherence to principles that Reagan had. He did some very good things. We owe to Richard Nixon the volunteer army—he got rid of the draft. And that was a major increase in freedom. But on the other hand, we also owe to Richard Nixon the whole stream of federal agencies—from the EPA to about 9 other new federal departments and agencies. Under Richard Nixon the number of pages in the federal registry doubled. It was cut back by Reagan. Since Clinton, the number of pages in the federal registry has been going up again.

DA: Nixon also put a stake in the heart of the gold standard. Was that a problem?

MF: No, the mistake he made in that was not doing it sooner. When he came into office, the Bretton Woods agreement about the fixed exchange rates could not be maintained. I wrote a memo to him right after he was elected, in December 1968, saying the first thing he should do when he came into office was to close the gold window and set the dollar free. And if he had done it then, he wouldn’t have had to have price controls.

But the message is you mustn’t judge a politician by talk. You have to judge them by performance.


Faith

DA: One thing I haven’t heard you talk much about is faith. Describe your own faith. Your faith in God…your faith in people.

MF: Well, faith in people and faith in basic principles of human freedom are very important. But faith in God is not. I would describe myself as an agnostic.

DA: But not an atheist.

MF: Not an atheist. The proposition that there is a God is not capable of being proved either false or true. And that’s what I mean about being an agnostic.

DA: The problem with faith, they say, is that faith is the evidence of things unseen.

MF: Yes, it is. There are statements which are capable of being contradicted by experience. Those are scientific statements. There are statements which can not be contradicted by any experience such as: “There is a God.” And those are statements of faith. And faith plays a role in everybody’s life. Everybody has a faith of some kind. But my faith is not theological.

DA: But it’s real.

MF: Oh, it’s real. But my faith is faith in people and faith in the principle of freedom. If you leave people free, if you enable them to pursue their own interests in their own way, make agreements with one another, on the whole, that will turn out well. You can not get an agreement unless both sides benefit.

Marriage

DA: Since we’re talking about faith and relationships, you have probably the most successful marriage that I know of. Your wife has been co-author with you on many books. And she continues to work with you. What’s the secret of a long, successful marriage?

MF: Well, we’ve been married successfully for 65 year, going on 66. And I think the success is do to two things. Love and tolerance. Love is the absolutely essential ingredient. But it alone won’t work, unless it’s combined with tolerance. You don’t have to agree on everything. You can disagree on a great many things. And Rose and I do. But we tolerate one another.

DA: Milton Friedman, it’s been a great pleasure.

MF: Glad to have been with you, David.

O Aprendiz

Entra no ar em hoje 06/05/2008 o Aprendiz 5 - O Sócio, programa de competição executiva apresentada pelo Roberto Justus, nos moldes do programa do Donald Trump, um megainvestidor. O programa vai ao ar na Record às 23:00, e acontece periodicamente às terças-feiras durante alguns meses.

Eu, como aprendiz de administrador, estou ligado.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

from Fromm

"A incerteza é exatamente o que impele o homem a expandir suas forças. Se ele enfrentar a verdade sem pânico, reconhecerá que não há outro significado para a vida senão o de que o homem dá a própria vida pela expansão das suas forças, vivendo produtivamente, e que só constante vigília, atividade e empenho podem evitar que falhemos na única missão que importa - o desenvolvimento total das forças, dentro das limitações impostas pela lei da existência."

de Erich Fromm

...

O cara é muito bom, já li o "A Arte de Amar" dele e é realmente fascinante. O que preciso ver de novo é o sentido da vida do Monty Python.

Teoria Literária

Vladimir Propp, estruturalista russo, estendeu o Formalismo Russo à narratologia. Em seus estudos, analisou diversos contos de fadas buscando encontrar seus elementos narrativos mais básicos. Propp identificou 31 funções narrativas para as situações dramáticas do enredo.

Propp concluiu que todos os contos se iniciam com a apresentação de uma Situação Inicial , que não se caracteriza como função, mas é elemento morfológico importante. Após esta situação inicial, o enredo segue o seguinte esquema de funções narrativas:

---

1. DISTANCIAMENTO: um membro da família deixa o lar (o Herói é apresentado);

2. PROIBIÇÃO: uma interdição é feita ao Herói (’não vá lá’, ‘vá a este lugar’);

3. INFRAÇÃO: a interdição é violada (o Vilão entra na história);

4. INVESTIGAÇÃO: o Vilão faz uma tentativa de aproximação/reconhecimento (ou tenta encontrar os filhos, as jóias, ou a vítima interroga o Vilão);

5. DELAÇÃO: o Vilão consegue informação sobre a vítima;

6. ARMADILHA: o Vilão tenta enganar a vítima para tomar posse dela ou de seus pertences (ou seus filhos); o Vilão está traiçoeiramente disfarçado para tentar ganhar confiança;

7. CONIVÊNCIA: a vítima deixa-se enganar e acaba ajudando o inimigo involuntariamente;

8. CULPA: o Vilão causa algum mal a um membro da família do Herói; alternativamente, um membro da família deseja ou sente falta de algo (poção mágica, etc.);

9. MEDIAÇÃO: o infortúnio ou a falta chegam ao conhecimento do Herói (ele é enviado a algum lugar, ouve pedidos de ajuda, etc.);

10. CONSENSO/CASTIGO: o Herói recebe uma sanção ou punição;

11. PARTIDA DO HERÓI: o Herói sai de casa;

12. SUBMISSÃO/PROVAÇÃO: o Herói é testado pelo Ajudante, preparado para seu aprendizado ou para receber a magia;

13. REAÇÃO: o Herói reage ao teste (falha/passa, realiza algum feito, etc.);

14. FORNECIMENTO DE MAGIA: o Herói adqüire magia ou poderes mágicos;

15. TRANSFERÊNCIA: o Herói é transferido ou levado para perto do objeto de sua busca;

16. CONFRONTO: o Herói e o Vilão se enfrentam em combate direto;

17. HERÓI ASSINALADO: ganha uma cicatriz, ou marca, ou ferimento;

18. VITÓRIA sobre o Antagonista;

19. REMOÇÃO DO CASTIGO/CULPA: o infortúnio que o Vilão tinha provocado é desfeito;

20. RETORNO DO HERÓI: (a maior parte da narrativas termina aqui, mas Propp identifica uma possível continuação);

21. PERSEGUIÇÃO: o Herói é perseguido (ou sofre tentativa de assassinato);

22. O HERÓI SE SALVA, ou é resgatado da perseguição;

23. O HERÓI CHEGA INCÓGNITO EM CASA ou em outro país;

24. PRETENSÃO DO FALSO HERÓI, que finge ser o Herói;

25. PROVAÇÃO: ao Herói é imposto um dever difícil;

26. EXECUÇÃO DO DEVER: o Herói é bem-sucedido;

27. RECONHECIMENTO DO HERÓI (pela marca/cicatriz que recebeu);

28. o Falso Herói é exposto/desmascarado;

29. TRANSFIGURAÇÃO DO HERÓI;

30. PUNIÇÃO DO ANTAGONISTA;

31. NÚPCIAS DO HERÓI: o Herói se casa ou ascende ao trono.


Os contos de fada analisados por Propp não necessariamente continham todos as funções apresentadas acima, mas invariavelmente seguiam o seqüência acima apresentada.

...

Propp has proper theory.
:D

von Goethe

"O simbólico transforma o fenômeno em idéia, a idéia em uma imagem, e de tal modo que a idéia na imagem permanece sempre infinitamente eficiente e inalcançável e, mesmo que seja dita em todas as línguas, permanece indizível"

Johann Wolfgang von Goethe, em Máximas e Reflexões, 749

Hubble

Pano pra manga de tanta informação.

http://hubblesite.org/

Tango

Yira Yira - Carlos Gardel

Semiótica no Design

Fazer o design significa desenvolver um sistema de signos de tal modo que seja possível a consecução de metas humanas: comunicacional (como um modo de interação social), tecnológica, realização de tarefas, de solução de problemas, em suma. O resultado do projeto de design se dá em um ambiente de cultura e estabelece aponte entre a ciência e a prática humana. O objeto da semiótica é o sistema de signos e seu funcionamento dentro de uma cultura. É fica inequívoco o caráter semiótico do design.

Entretanto, para aplicar semiótica de modo consistente, deve-se estabelecer a linha teórica a seguir. Há três grandes ramos:

Semiótica russa ou semiótica da cultura em que o foco é a linguagem, a literatura e outros fenômenos culturais, como a comunicação não-verbal e visual, mito, religião. R. Jakobson, Hjelmslev, I. Lotman são autores fundamentais dessa construção teórica.

Semiótica estruturalista/Semiologia, com fundamentação na definição de signo construída pelo lingüista suiço Ferdinand de Saussure (1857-1913). Nela o signo é uma unidade resultante da articulação de significante (que provê a corporificação em elementos como palavras, formas) e o significado (o que o signo propõe significar). A significação em linguagem se dá, portanto, pela interseção do plano da expressão com o plano do conteúdo. Os processos de construção de sentido têm sido objeto de investigação e análise seguindo a abordagem saussuriana. As suas versões refinadas, devidas a contribuições da Escola Francesa, com especial destaque para o lituano Algirdas Julien Greimas e seus colaboradores e seguidores, têm se mostrado eficientes instrumentos de análise.

Semiótica peirceana, que se filia à tradição filosófica da teoria dos signos desde Charles Sanders Peirce, e em que a semiótica é entendida como lógica. Nela o signo “como qualquer coisa que, de um lado, é assim determinada por um Objeto e, de outro, assim determina uma idéia na mente de uma pessoa, esta última determinação, que denomino o Interpretante do signo, é, desse modo, mediatamente determinada por aquele Objeto. Um signo, assim, tem uma relação triádica com seu Objeto e com seu Interpretante (8.343).” (Santaella, 2000, p.12).

de design.com.br

sábado, 3 de maio de 2008

Calvin e Hobbes (Haroldo)

O nome de Calvin foi inspirado no reformador religioso do século XVI, João Calvino, que discorreu, entre outros, acerca da depravação total do homem, ou seja, que o homem está naturalmente inclinado para promover o mal a seu próximo.

Hobbes recebeu o nome de Thomas Hobbes, o filósofo inglês do século XVII que tinha aquilo que Watterson chamou de "uma visão obscura da natureza humana", sendo o autor da famosa máxima "o homem é o lobo do homem", ou seja, cada homem é o predador de seu próximo.

De acordo com Watterson, a fonte dos dois nomes é entendida como uma piada para as pessoas que estudam ciência política e filosofia, e que poucas outras pessoas a iriam perceber.

Wonderful is true

The rat within the grain - Damien Rice

Utopias

As utopias andam fora de moda. Décadas de realismo, seguidas por um período em que tudo devia soar como relativo, quando todos os referenciais pareciam contestáveis, fizeram com que aqueles capazes de pensar o futuro se retraíssem.

Esse tempo pareceu suficiente para que esquecêssemos que o desejo de um mundo melhor, expresso nas utopias, pertence ao domínio da ética. E o conceito caiu moribundo, abandonado aos seus aspectos de quimera, de ilusão.

Assim como as ficções científicas recriam o real, apondo-lhe elementos de um progresso tecnológico que se antevê possível, também as utopias exigem um apurado entendimento da realidade, que recebe o tempero dos mais nobres ideais, das mais profundas aspirações e dos mais enlevados sonhos de uma sociedade mais aperfeiçoada do que a atual e, nunca nos esqueçamos, de uma sociedade viável.

Os críticos literários afirmam que não é da natureza da utopia que ela se realize. Se pensarmos em termos de uma tentativa de migrar diretamente o fruto da nossa imaginação para nossas organizações políticas, isto está provavelmente correto. Mas o que não se pode perder de vista é que as utopias sempre representaram um referencial, um norte, na busca daquilo que o homem sente que é ético, que é belo e que, sobretudo, é realizável. É delas que nascem nossos planos, nossos projetos, estes sim, passos calculados, amparados pela sensatez e com prazos para realização.

Por tudo isso, foi bom ver a palestra do professor Ignacy Sachs, apresentando corajosamente a sua "biocivilização", uma utopia social na qual todas as tecnologias, atuais e futuras, são pensadas em seu aspecto mais elevado: o atendimento às necessidades das pessoas e da sociedade.

Quanto às demais notícias, perceba que três delas mostram avanços em pesquisas que já foram notícia anteriormente - com um destaque quase apoteótico para um novo componente eletrônico, o memristor. Mas que isto não dê a impressão de que a ciência segue um ritmo linear, no qual todas as descobertas se sucedem naturalmente, e que todas as expectativas iniciais das pesquisas se realizam necessariamente no futuro.

A ciência não funciona assim. Como em toda obra humana, algumas coisas dão certo, outras não; algumas se realizam, outras não. Felizmente, a maioria dos cientistas sonha com um dia em que compreenderemos a natureza de tal forma que a vida do homem será melhor, mais significativa e mais plena. E, por crerem nisso, continuam dedicando suas vidas a darem um passo de cada vez rumo a esse novo mundo. Quando todos os que labutamos em todas as áreas da atividade humana fizermos o mesmo, então estaremos definitivamente transformando nossa utopia em projeto.

Bom fim de semana.
Agostinho Rosa
Editor do http://www.inovacaotecnologica.com.br/

Yes, I was young

I was young when I left home - Bob Dylan

Todo dia

"Todo dia o sol da manhã
Vem e lhes desafia
Traz do sonho pro mundo
Quem já não o queria
Palafitas, trapiches, farrapos
Filhos da mesma agonia
E a cidade que tem braços abertos
Num cartão postal
Com os punhos fechados na vida real
Lhes nega oportunidades
Mostra a face dura do mal
Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte é de viver da fé
Só não se sabe fé em quê"

Herbert Vianna

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Satori

O quadragésimo koan do Mumonkan relata a história de Isan.
Isan tornou-se discíplulo de Hyakujo aos vinte e três anos de idade.
Quando Hyakujo o viu, permitiu-lhe entrar em seu quarto, e fez dele seu secretário.
Hyakujo perguntou-lhe um dia:
- Existe ainda um pouco de fogo nas cinzas da lareira?
Isan procurou, mas nada encontrou. Veio, então, Hyakujo e descobriu uma brasa, profundamente metida no meio da cinza. Pegou-a conm a ajuda de atiçadores e espertou o fogo.
- Não é fogo? -perguntou ele.
- Sim! Sim! É fogo -respondeu Isan.
- Esse fogo não é muito importante para mim -disse Hyakujo-, mas, se quiseres ver tua natureza de buda, é importante encontrares a ocasião, o ensejo, a oportunidade.

"Mushin, o não-espírito, o espírito sem dualidade, e mushotoku, o espírito do não-lucro, são muito importantes. Se te tornares mushin e mushotoku, poderás compreender o meu espírito."

de "A Tigela e o Bastão, 120 contos Zen"

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Pra bom entendedor...

...informação precisa ser de qualidade.

Aproveitem quando puderem esse enorme banco de dados com informações de revistas de impacto.

http://www.dotlib.com.br/

Metallica

Nothing Else Matters - Metallica and the San Francisco Orchestra


Uma homenagem a Rhaislav Natif.