segunda-feira, 5 de maio de 2008

Teoria Literária

Vladimir Propp, estruturalista russo, estendeu o Formalismo Russo à narratologia. Em seus estudos, analisou diversos contos de fadas buscando encontrar seus elementos narrativos mais básicos. Propp identificou 31 funções narrativas para as situações dramáticas do enredo.

Propp concluiu que todos os contos se iniciam com a apresentação de uma Situação Inicial , que não se caracteriza como função, mas é elemento morfológico importante. Após esta situação inicial, o enredo segue o seguinte esquema de funções narrativas:

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1. DISTANCIAMENTO: um membro da família deixa o lar (o Herói é apresentado);

2. PROIBIÇÃO: uma interdição é feita ao Herói (’não vá lá’, ‘vá a este lugar’);

3. INFRAÇÃO: a interdição é violada (o Vilão entra na história);

4. INVESTIGAÇÃO: o Vilão faz uma tentativa de aproximação/reconhecimento (ou tenta encontrar os filhos, as jóias, ou a vítima interroga o Vilão);

5. DELAÇÃO: o Vilão consegue informação sobre a vítima;

6. ARMADILHA: o Vilão tenta enganar a vítima para tomar posse dela ou de seus pertences (ou seus filhos); o Vilão está traiçoeiramente disfarçado para tentar ganhar confiança;

7. CONIVÊNCIA: a vítima deixa-se enganar e acaba ajudando o inimigo involuntariamente;

8. CULPA: o Vilão causa algum mal a um membro da família do Herói; alternativamente, um membro da família deseja ou sente falta de algo (poção mágica, etc.);

9. MEDIAÇÃO: o infortúnio ou a falta chegam ao conhecimento do Herói (ele é enviado a algum lugar, ouve pedidos de ajuda, etc.);

10. CONSENSO/CASTIGO: o Herói recebe uma sanção ou punição;

11. PARTIDA DO HERÓI: o Herói sai de casa;

12. SUBMISSÃO/PROVAÇÃO: o Herói é testado pelo Ajudante, preparado para seu aprendizado ou para receber a magia;

13. REAÇÃO: o Herói reage ao teste (falha/passa, realiza algum feito, etc.);

14. FORNECIMENTO DE MAGIA: o Herói adqüire magia ou poderes mágicos;

15. TRANSFERÊNCIA: o Herói é transferido ou levado para perto do objeto de sua busca;

16. CONFRONTO: o Herói e o Vilão se enfrentam em combate direto;

17. HERÓI ASSINALADO: ganha uma cicatriz, ou marca, ou ferimento;

18. VITÓRIA sobre o Antagonista;

19. REMOÇÃO DO CASTIGO/CULPA: o infortúnio que o Vilão tinha provocado é desfeito;

20. RETORNO DO HERÓI: (a maior parte da narrativas termina aqui, mas Propp identifica uma possível continuação);

21. PERSEGUIÇÃO: o Herói é perseguido (ou sofre tentativa de assassinato);

22. O HERÓI SE SALVA, ou é resgatado da perseguição;

23. O HERÓI CHEGA INCÓGNITO EM CASA ou em outro país;

24. PRETENSÃO DO FALSO HERÓI, que finge ser o Herói;

25. PROVAÇÃO: ao Herói é imposto um dever difícil;

26. EXECUÇÃO DO DEVER: o Herói é bem-sucedido;

27. RECONHECIMENTO DO HERÓI (pela marca/cicatriz que recebeu);

28. o Falso Herói é exposto/desmascarado;

29. TRANSFIGURAÇÃO DO HERÓI;

30. PUNIÇÃO DO ANTAGONISTA;

31. NÚPCIAS DO HERÓI: o Herói se casa ou ascende ao trono.


Os contos de fada analisados por Propp não necessariamente continham todos as funções apresentadas acima, mas invariavelmente seguiam o seqüência acima apresentada.

...

Propp has proper theory.
:D

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