sábado, 7 de junho de 2008

Às Voltas com a Filosofia

Dasein é o termo principal na filosofia existencialista de Martin Heidegger.

Na sua obra Ser e tempo, Heidegger se põe a questão filosófica do ser. Que é ser? Heidegger afirma que esta pergunta só pode ser posta pelo ser humano, pois nenhuma outra espécie é capaz de filosofear deste jeito. O ser humano é porquanto um "ente privilegiado": o ser humano, que é capaz de questionar o ser, que possui uma compreensão do ser. Este ente é o homem, que Heidegger chama de ser-aí, o homem enquanto um ente que existe imediatamente no mundo.[1]

Ser-aí é o homem na medida em que existe na existência cotidiana, do dia-a-dia, junto com os outros homens e em seus afazeres e preocupações. Para investigar o ser-aí enquanto possui sempre uma compreensão de ser impõe-se uma analítica existencial, que tem como tarefa explorar a conexão das estruturas existenciais que definem a existência do ser-aí.

O horizonte de fundo de toda a sua investigação é o do sentido de Ser, os modos e as maneiras de enunciação e expressão de ser. Nesta medida o importante está em alcançar a colocação correcta da questão pelo sentido de ser. Assim, ele põe a claro a desvirtuação dessa investigação ao longo da tradição que sempre se prendeu a uma compreensão ôntica, dominada pelo ente, em vez de se dedicar adequadamente ao estudo do ser. Esta notificação deve indicar-nos que não apenas o ente é, mas que o ser tem modos: há modos de ser. E cada ente deve ser abordado a partir do modo adequado de o abordar, o que deve ser esclarecido a partir do modo de ser próprio do ente que em cada caso está em estudo.

O Dasein, pela sua especificidade, inicia qualquer interrogação. O Dasein é o ente que em cada caso propriamente questiona e investiga. É também o Dasein que detém a possibilidade de enunciar o ser, pois é ele que tem o poder da proposição em geral. Daí que na questão acerca do sentido de ser seja fundamental começar por abordar o ser deste ente particular. E tem que ser o próprio Dasein a fazer isso, tem que ser ele próprio a mostrá-lo, a partir duma análise fenomenológica esclarecida.

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Esse é o caminho que a fenomenologia propõe desvendar e que vou começar a trilhar, deixando de lado um pouco a experiência direta para me tornar um pouco mais acadêmico nesses tempos de confusão fenomenológica. Husserl, Heidegger e Sartre me esperam para aquele bate-papo cabeça que pretende, com essa volta à filosofia, organizar mais um pouco esse microcosmo para o retorno às idéias de administração aplicadas. Como dizia Sartre, o homem está condenado à liberdade, e preciso cuidar da minha culpa para poder aparecer como futuro CEO.

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