quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Popper e a Sociedade Aberta

Sir Popper tem um vasto livro, dividido em 2 volumes na edição brasileira, chamado A Sociedade Aberta e seus Inimigos, nome de um artigo do livro. Tais escritos são uma compilação de idéias sobre Platão, Hegel e Marx criticando sublimemente a idéia de uma sociedade fechada, que afinal tende ao moderno totalitarismo, recém destituído da Alemanha à época em que foi escrito.

O primeiro volume é sobre Platão, basicamente. Faz uma exegese da obra do filósofo pontuando suas estéticas totalitárias que, embora criticadas nos termos da tirania, não o foram em seu projeto prático-político. Vários de seus discípulos se tornaram déspotas, assim como o filósofo, que defendia o ideal tribal de retorno da sociedade ao paraíso perdido da aristocracia virtuosa e a escravidão dos ditos bárbaros não educados conforme a ideologia helênica.

Heráclito também é alvo de críticas; salvam-se Demócrito e Sócrates que, reinterpretado por Platão, dá a entender que o maiêuta tinha simpatia pelo estado totalitário, embora esta não tenha sido a prática socrática, que morreu pelos seus ideais democráticos.

Popper, como um luminar destoando na sociedade moderna, alude a uma sociedade aberta onde a tecnologia e humanidade são motivo de ode social, o conhecimento é dialético e compartilhado, e a humanidade anda a passos largos sem a apreensão do conhecimento pelo Estado, impedindo e favorecendo classes dominantes com consequencia de atraso para a evolução do conhecimento global da espécie.

A noção de Estado totalitário, estabilidade do campo semiótico, discursividade de âmbito estatizante são tão comuns ainda hoje, e o foram durante a fase tribalista da sociedade, que a tekhné de Sir Popper é opus digno de ser continuado, ainda mais em sintonia com a área de Filosofia da Ciência, de Alberto Oliva, e da Hélice Tríplice, da Sociologia e tão em voga na Engenharia de Produção. A Administração, como prática atual de cunho estatizante, se transforma por métodos contingentes em uma filosofia aberta e globalizante, de expansão do campo semiótico e com alto grau de P&D, a única forma de fato capaz de manter a oxigenação da prática sem externalidades negativas para a democratização do conhecimento do sapiens. Outrossim, perece em falsidades ideológicas e corrupções para a manutenção do mercado por influência do Estado ou, na falta deste, perece.

A teoria do Open Innovation, de Henry Chesbrough, é ainda uma grande oportunidade de desenvolvimento para a prática ecológica de tais idéias, assim como o uso da Publicidade em sua dimensão de civilização da res publica, como o é etimologicamente.

Uma nova ética se faz necessária no âmbito do fato administrativo, e tal catalização só pode ser veiculada pela forma da publicidade, ipso facto.

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