quarta-feira, 20 de outubro de 2010

The Experience Economy

Em inglês, há uma significativa diferença entre 2 conceitos que em português se proporciona por adição de uma nova palavra. É a diferença entre economics e economy, em português Economia e Economia Política. É mister de minha parte voltar a esta sintática em outra oportunidade, com mais informação, contudo consigo adiantar que a Economia, do grego Oikós Nomos, ou Lei da Casa, ou Nomes das Coisas da Casa, é antes da técnica quantitativa da Economia "pura", uma questão política, mais de Psicologia Social do que de Utilitarismo sem proposições ontológicas. Enquanto nos anglo-saxões economics é declinação de economy, nos luso-brasileiros é a Economia Política que, por sintática, é a declinação da Economia. A política e avaliação subordinadas ao utilitarismo, o uso à idéia do uso. Típico de sub-desenvolvimento intelectual.

Dito isto, e mudando o rumo da prosa, inusitadamente, naquele momento de auto-organização e poiese advindos do caos quântico, deparei-me com o livro que dá nome ao textículo: The Experience Economy, traduzido para português como "espetáculo dos negócios". Traduções e economy critics à parte, o livro propõe uma forma de agregar valor ao produto (aqui como função matemática, servindo tanto para o produto tradicional quanto para o serviço) adicionando uma experiência de valor e símbolo cultural, além da utilidade da economia-economics. Aproximando-se de valores qualitativos e priorizando as sensações para além do valor de uso, novos horizontes para a diferenciação e atribuição de preço emergem, em um momento que as tecnologias conseguem, em sua maioria, ser revertidas e o hardware não é mais monopólio, salvo em raros casos.

Neste cenário, aspectos como simbolismo, cultura empresarial, projeto arquitetônico, design e publicidade, desde que o hardware não seja um empecilho notório, fornecem ao usuário a oportunidade de renovar sonhos, surpreender-se, emocionar-se, identificar-se, superar-se, transcendendo seu limite cultural com a absorção de experiências minuciosamente projetadas. Assemelha-se, sem a alienação proposta por Guy Debord, em uma sociedade do espetáculo, com centros culturais brotando como um rizoma, mantendo-me conceitualmente com os francos Pascal e Deleuze.

A comunicação de tais centros culturais de experiência quasi-mística e seu posicionamento geográfico é motivo para uma revolução na publicidade, integrando os diversos media sob pena de não construir um circuito de RNA's vigoroso e exclusivo, e assim cair no pesadelo do esquecimento ou do lugar comum, a commodity. Por outro lado, um projeto de comunicação cretina será incapaz de proporcionar a experiência prometida, também levando à extinção do "centro cultural de experiência".

Tendo em vista que o sistema cultural é dinâmico, uma comunicação que não prevê uma atualização dos estados de virtualização em um processo civilizatório, hoje descrito como um dos tripés da triple botton line, também tende a um processo sazonal como é no mercado do puro entretenimento pop.

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