sexta-feira, 11 de julho de 2008

Schopenhauer

Estou com pouco sono, tenho um compromisso daqui a 4 horas mas voltei bem de umas provas em um processo de emprego para uma consultoria. Feliz, depois de um tempo pegando vento no varal.

Na ida e na vinda, e também na última semana, tenho lido e já estou quase terminando a segunda novela de Irvin Yalom, A cura de Schopenhauer. O cara ficou conhecido na mundo literário pelo Quando Nietzche chorou, mas já tinha vários livros publicados em psiquiatria e psicanálise, principalmente em se tratando de terapias de grupo, que aliás é o ambiente de sua novela atual.

Schopenhauer é um cara, à primeira vista, estranho. Nunca precisou trabalhar, não tinha papas na língua por associações políticas e era tomado por um negativismo exacerbado, beirando a loucura. Sua mãe era a Danielle Steel de seu tempo, tendo também o salão literário mais bem freqüentado de Weimar, amiga de Goethe e com um tino libertário especial, viúva de um casamento ciumento muito jovem, com menos de 40 anos, e recebendo uma boa herança dos negócios comerciantes da firma Schopenhauer, que vendeu.

Arthur, solitário, sem necessidades de trabalho e tendo recebido uma educação clássica, resolve dedicar sua vida a se tornar um erudito, e acaba por receber a admiração de muitos dos seus compatriotas. Seu negativismo, olhado pelo seu prisma sobre o que é a experiência humana, faz sentido, tem sentimento libertador e muitas vezes, apesar de sua misogenia esconder uma falta de sexo e relações com prostitutas, é uma boa visão budista ocidental e precursora da filosofia de Freud, Spinoza e Nietzsche.

O carinha, do qual não conheço o corpo, foi um gênio interessantíssimo, com a fama de ser o filósofo com mais boas idéias da história depois de Platão. Há inúmeros artigos sobre ele na internet em uma rápida busca pelo google. Sobre citações do filósofo, tem uma coleção do citador e outra do wikiquote, dentre tantas outras.

O livro do psiquiatra tem a inusitada estirpe de intercalar a novela com fatos da vida do pensador, na ordem de um capítulo para cada tema, com uma vasta opinião do que significou a obra de Arthur Schopenhauer na história do pensamento, que é bem legal.

Estou adorando o livro, que me fez voltar a ter prazer na literatura. Porque ler ciência é pesado pra cacete.

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