quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Angel Heart

Não me furto de pensar, nesses dias de filosofia, no filme fatídico que sorrateiramente definiu o destino de um dos atores mais doidos atualmente em Los Angeles tudo se encaixa (rs), e que no aniversário da maioridade da atuação volta com O Lutador, que ainda não vi. Voltando ao passado, Angel Heart é um clássico noir, poderoso, imprevisível, e com uma tradução para o português digna da Herbert Richards, louca por manter o brasileiro nas garras da semiótica da mass-mídia: Coração Satânico (!?!?!!). Porra, confundir Angel Heart com Coração Satânico é um pouco insano demais, mas deixemos essa discussão com o ranzinza Olavo de Carvalho e os puritanos para outra ocasião.

Na verdade, a introdução falando do Mickey Rourke foi uma homenagem a um homem que assumiu aquilo que o filme propôs, não conseguiu absorver seu pecado original e lutou a vida inteira contra toda sorte de narcóticos e psicóticos explicação sobre gramatologia não! até que 21 anos depois surge com prêmios em Cannes e em Londres. Ah, pra fechar esse assunto, uma ave-maria pro Heath Ledger, que pirou no Coringa e agora tá sendo comido por vermes.

Enfim, quero mesmo é falar da Ritalina de Rap, de um filme de argumento importante que vi ontem (Quase dois Irmãos), do show do Ja Rule na Mangueira e de um disco que ouvi agora, o Sobrevivendo no Inferno, dos Racionais MCs. Impressiona como são letrados os guris, e mesmo sentindo de uma certa forma arrependimento nas palavras do rap, muitas vezes aquela bobeira recorrente faz o homem receber uma marca que permanecerá corroendo o fígado e a sanidade. Lágimas, sangue, vidas inglórias.

Me sentindo um animal identifico-me com a favelada, sou-lhes quase irmão, riria com eles, brincaria, caçaria; a exclusão os faz participar de uma outra forma de justiça moral, a experiência os torna culturalmente diversa nas atitudes e mágoas contra uma burguesia que lhes fecha a porta da amizade, muitas vezes onde o preconceito é maior que a esperança, nem há esperança, o sistema precisa andar, excluamo-los, pqp mas estejamos certos que lá também há gente que pensa, e pensar é perigoso e maravilhoso.

Melhor ainda é que a terceira excluída de Aristóteles o excluiu das discussões modernas (: Pena que uns neuróticos da Ku-Klux-Klan Igreja Romana como o Olavo de Carvalho ainda não façam uso disso.


Racionais MCs - Diário de um Detento

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