sábado, 22 de dezembro de 2007

Siddharta

“Quem me ensinou a escutar foi o rio e ele será o teu mestre também. O rio sabe tudo e tudo podemos aprender dele. Olha, há mais uma coisa que a água já te mostrou: que é bom descer, abaixar-se, procurar as profundezas. (…) Olha, não sou nenhum erudito. Não sei falar. Nem sei sequer pensar. Apenas sei escutar e ser piedoso. Outra coisa que aprendi. Se me fosse dado explicá-lo e ensiná-lo, talvez me tivesse tornado um sábio, mas assim não passo de um balseiro, ao qual sabe transportar as pessoas através do rio. Muita gente fez a travessia comigo, milhares de homens, provavelmente, para todos eles o rio representava apenas um estorvo, a atrasar a sua viagem. Andavam atrás de dinheiro ou de negócios, encaminhavam-se a casamentos, faziam peregrinações. O rio opunha-se a eles e o balseiro tinha a incumbência de ajudá-los a vencer o mais depressa possível o obstáculo. Mas houve alguns entre esses milhares, uns poucos, quarto ou cinco talvez, para os quais o rio cessou de ser um estorvo. Escutaram sua voz, prestaram atenção ao que ele dizia, e o rio tornou-se-lhes sagrado, assim como chegou a ser pra mim.”
-Herman Hesse

nunca pensei que leria isso onde encontrei hoje, mas fez bastante sentido, entretanto. se continuares insistindo na loucura serás sábia algum dia, diria eu.

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