Estou vendo Factotum, um filme sobre o alter-ego de Chales Bukowski, beberrão, apostador e niilista, um protótipo de tudo o que a sociedade capitalista abomina, e assim também a educação cristã. Bukowski era um malandro, batia em mulheres, bebia o dia inteiro e se consumia em porcarias. Li na Wikipedia que era o poeta dos skid rows, lugares consumidos pelo lixo e depravação.
Bukowski é reconhecidamente um depravado e erroneamente confundido com a literatura beat. Os beatniks tinham um ideal, buscavam uma nova espiritualidade, protestavam, andavam, pegavam carona, diferentemente de Bukowski, que estava sempre parado. Esta se transforma na diferença entre a geração que encontrou seu lugar no mundo e os que ficaram perambulando, desembocando no punk, nos outros niilistas, nos pichadores, na escória geral.
Eis o que Bukowski representa, embora muitas vezes sublime no mais baixo dos pavimentos. E isso é sua marca: tornar digerível o mais sujo dos muquifos.
E em sua lápide, sua sui generis: "Don't Try"
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